O uso da intuição é bastante debatido nas apostas esportivas.
Quem acompanha nossos artigos sabe que além de debatermos questões técnicas, como métodos e estratégias, é comum discutirmos o lado emocional e psicológico nas apostas. Não temos dúvida nenhuma que o nível de capacitação e preparo são ferramentas primordiais para o sucesso de um apostador, mas isso não garante certeza de vitória por si só. Ainda assim, buscamos sempre passar longe da questão “sorte”, palavra bastante usada em matérias desse universo, pois acreditamos que a competência e a base de informações e estudos são o que tornam um apostador diferenciado. Porém, muito nos perguntam sobre a influência da intuição na hora de apostar em um evento, como diferenciar e até que ponto isso é benéfico ou não. Por isso vamos nos aprofundar um pouco mais nessa questão psicológica do ser-humano.
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Diferente de sorte, essa forma de raciocínio e conhecimento que nosso cérebro nos fornece em vários momentos da vida pode ter espaço para discussão nas apostas. Reconhecemos que isso pode mexer na cabeça de um apostador, e até ter influência em momentos muito específicos, mas numa abordagem a longo prazo sabemos que não levará a resultados positivos. Para apostadores recreativos, é muito comum colocarem suas intuições como fatores decisivos na escolha de um evento para apostar, mas para os mais competentes dessa área, não acreditamos que seja algo a se considerar.
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Estaríamos sendo contrários ao que nós mesmos defendemos, pois aconselhamos sempre a trabalhar numa abordagem completa de dados, informações, métodos e estratégias, para aflorar sua competência e ter ganhos. Uma estratégia criada exclusivamente em cima desses aspectos de raciocínio não parece que dará resultados expressivos.
Agora, aliá-la com sua competência, ou até mesmo dizer que ela está presente no seu nível de capacidade para avaliar as informações acerca de um evento, daí será uma combinação interessante e forte para ter sucesso de forma consistente. Um exemplo disso é um viés cognitivo chamado efeito de ancoragem. Esse efeito descreve uma tendência do ser humano de se “ancorar” de forma bastante intensa e decisiva em informações que nós possuímos ou recebemos acerca de algo, para tomar uma decisão naquele determinado assunto. Ou seja, dentro de um nível elevado de capacitação, com estudos, dados, estratégias, a nossa intuição irá explorar a fundo essas questões, podendo nos trazer resultados de grande ajuda. Da mesma forma, se nossas referências (informações) foram imprecisas e pequenas, acabaremos utilizando essa intuição sem base nenhuma, ou colocando tudo na questão da sorte.
Há vários relatos e estudos nessa área comparando com os esportes. Um famoso treinador de tênis, chamado Vic Braden, conseguia com uma precisão absurda (comprovada em competições) saber quando um tenista faria uma dupla falta, só acompanhando seu movimento ao levantar a bola e direcionar a raquete para o saque, ou seja, questão de segundos. Ele acertou 16 de 17 duplas faltas em um jogo, mesmo que essa jogada resulte mais de 90% em bola dentro da quadra. Nem ele mesmo sabia explicar, apenas colocava com uma intuição instantânea. Pesquisas apontam que esse “dom” de Braden na verdade era uma forma de análise de dados, mas impulsionada pelos estímulos da sua intuição. Ao longo da vida, Braden treinou e assistiu milhões de vezes aquela cena específica do jogo, e caso existisse uma abordagem de dados que fosse capaz de usar esses estímulos do treinador, os resultados de alta precisão de acertos seriam bem próximos, dizem cientistas.
Sendo assim, o cenário ideal seria explorar esse talento intuitivo com toda nossa capacidade de colher e ler as informações disponíveis de um evento. Se não considerarmos esse conhecimento que nosso cérebro nos possibilita, estaríamos eliminando vantagens precisas que um apostador profissional precisa ter.
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